São vários fatores que interferem no processo de envelhecimento e também no aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis:
--> Fatores de natureza genética, que não são passíveis de intervenção.
--> Fatores de natureza ambiental, sobre os quais pode-se agir.
Dentre esses últimos, encontra-se a alimentação, que exerce papel fundamental na promoção, manutenção e recuperação da saúde.
A alimentação é fundamental para o desenvolvimento do ser humano, desde antes do nascimento até o fim de seus dias.
O estado nutricional do idoso corresponde ao reflexo de sua vida passada, em que vários fatores afetam o estado nutricional e, automaticamente, a sua vida.
Sabe-se que o padrão alimentar de um indivíduo segue critérios que variam de hábitos alimentares e sócio-culturais nele incutidos desde criança, até crenças e preceitos religiosos. Hábitos, gostos e aversões são solidificados nos primeiros anos de vida e carregados até a idade adulta, em que alterações são difíceis e enfrentam resistências.
Muitas doenças que se apresentam prevalecentes tanto em crianças como em idosos, estão intimamente relacionadas à alimentação, seja como causa ou como forma de tratamento e controle.
A desnutrição no idoso resulta em sério comprometimento do seu estado geral e está associada ao aumento da susceptibilidade às infecções e à redução da sua qualidade de vida, acarretando maior morbidade e mortalidade.
A industrialização trouxe também mudanças de hábitos alimentares com consumo de alimentos enlatados, congelados, pré-cozidos, prontos, fast-food.
A chamada “comida caseira” foi ficando cada vez mais rara.
É muito comum, até mesmo em instituições que abrigam crianças e idosos, a utilização desses produtos, visando facilitar o trabalho na cozinha para a elaboração do cardápio, diminuindo mão de obra específica, minimizando o tempo para o preparo das refeições e conseqüentemente mudando hábitos e comportamentos alimentares.
Essas transições podem ser verificadas mundialmente, em decorrência da globalização dos costumes e do consumo nos dias atuais. A partir daí, verificam-se algumas conseqüências imediatas na saúde do ser humano e em seu estado nutricional. Com a mudança do perfil epidemiológico da população, as doenças nutricionais estão sendo causadas pelos excessos alimentares e pelos errôneos estilos de vida e alimentação adotados.
Daí a alta incidência de obesidade, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, entre outras.
A prevalência da obesidade é maior entre as mulheres e, em ambos os sexos, o maior pico de ganho de peso ocorre entre 45 e 64 anos.
Por outro lado, foi observada uma diminuição da prevalência da obesidade após os 80 anos . Portanto, as ações para manter um estado nutricional adequado devem ser iniciadas precocemente e mantidas ao longo da vida, como prevenção para riscos futuros.
Outros problemas de saúde relacionados com a alimentação contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas na terceira idade.
A prevalência de diabetes mellitus (DM), por exemplo, aumenta na população idosa e pode comprometer até cerca de 20% dos idosos.
Todavia, estima-se que metade dos casos de diabetes ainda permaneça sem diagnóstico.
A sua presença está associada ao aumento da mortalidade dos idosos, especialmente do sexo feminino, e pode ter um impacto negativo sobre sua vida.
Diabetes mellitus do tipo II é certamente o mais comum entre os idosos.
Neste tipo de diabetes os fatores genéticos estão envolvidos, entretanto a obesidade é um fator importante no desenvolvimento, uma vez que as pessoas idosas portadoras desta doença são obesas.
Observa-se, neste caso, que a insulina se encontra em quantidades satisfatórias, porém ocorre uma resistência insulínica, ou seja, as células não são capazes de reconhecê-la de forma eficiente. Instala-se, então, uma situação de hiperglicemia (aumento de glicose no sangue), hiperinsulinemia (aumento da insulina no sangue), que pode vir acompanhada pelo aumento de colesterol e triglicérideos no sangue e aumento da pressão arterial.
Para controle da glicemia, geralmente estas pessoas fazem uso de hipoglicemiantes orais.
A terapia nutricional é, sem dúvida, um dos pontos principais do controle da doença, pois auxilia na manutenção dos níveis de glicose sanguínea próximos do ideal (70 a 100 mg/dl), além de contribuir na normalização das taxas de colesterol e triglicérideos no sangue, no controle de peso, para prevenir, retardar ou interromper as complicações do diabetes.
Também a hipertensão arterial vem se transformando, progressivamente, num dos mais graves problemas de saúde pública, atingindo adultos, em especial os mais idosos, sendo que sua prevalência tende a ser maior no sexo masculino.
O risco de doença cardiovascular é até três vezes mais alto nas populações idosas.
Geralmente a hipertensão arterial não apresenta claros sintomas, mas pode acarretar complicações a órgãos vitais como o coração, rins, olhos e cérebro.
Os fatores de risco que, combinados ao longo da vida, predispõem à hipertensão são: a hereditariedade, o excesso de peso, o consumo elevado de sal, o sedentarismo, situações de estresses, alcoolismo e tabagismo.
Com isso, a necessidade de um aperfeiçoamento do controle da hipertensão junto aos idosos passa a ser urgente .
Outro fator de risco para os idosos é a hipercolesterolemia.
É mais prevalente em mulheres do que em homens, sendo mais freqüente na faixa etária dos 65 aos 74 anos.
A hipercolesterolemia continua sendo fator de risco para doenças coronarianas em indivíduos idosos, apesar de o risco relativo diminuir com a idade.
Alguns estudos mostram não haver existência de associação entre a hipercolesterolemia e a mortalidade geral ou coronariana em pessoas com idade superior a 70 anos, porém a relação entre o colesterol total e doença coronariana é positiva dos 40 aos 70 anos.
Um dos achados não raros em pessoas idosas são as doenças carenciais, definidas como uma condição patológica causada por uma dieta deficiente em um ou mais nutrientes essenciais, como ferro, vitaminas, cálcio, dentre outros.
A osteoporose que, do ponto de vista epidemiológico, pode apresentar problema de difícil solução, é uma doença preocupante.
O tratamento da osteoporose tem mais êxito quanto mais precocemente for iniciado, para se prevenir a perda óssea. Geralmente, o tratamento não se resume apenas a um medicamento, mas a um conjunto de medidas que objetivam aumentar a deposição de cálcio nos ossos e diminuir sua perda. Algumas alternativas incluem a reposição de cálcio através de compostos e aumentando a ingestão de cálcio na dieta.
Com a idade, os níveis de vitamina D também diminuem.
A exposição solar é fundamental para a ação da vitamina D em promover a absorção de cálcio no intestino.
Alimentos fonte de vitamina D ou alimentos fortificados como leite, são fundamentais na alimentação.
Os exercícios físicos e a modificação nos hábitos alimentares, restringindo os alimentos que podem acentuar o problema como: açúcares refinados, bebidas achocolatadas, café, bebidas alcoólicas, também ajudam de forma significativa o tratamento da osteoporose.
As causas da obstipação intestinal, outro fator de risco, geralmente, estão ligadas a dietas pobres em fibras, hábitos alimentares irregulares, falta de exercícios físicos, tensão nervosa, baixa ingestão de líquido, uso prolongado de medicamentos laxativos.
Já no idoso, a obstipação está associada freqüentemente à atonia muscular geral, ou seja, diminuição da motilidade colônica.
O desconforto que a obstipação intestinal provoca é uma queixa constante na população idosa seja na situação ambulatorial, seja na de acamado por longos períodos, em domicílio ou instituições. Com isso, o uso de laxantes, lavagens e supositórios torna-se um hábito freqüente, fazendo com que as evacuações espontâneas e satisfatórias não ocorram devido ao ciclo vicioso.
A atuação dessas drogas resulta no esvaziamento excessivo do cólon, que leva em média dois a três dias (ou mais) para formar bolo fecal suficiente para a distenção do reto e, conseqüentemente, despertar o reflexo normal da defecação.
Isso se depara com a idéia de defecação diária para evitar a “intoxicação intestinal”, que é a preocupação de um número expressivo de indivíduos fazendo com que se tornem ansiosos e os levando ao uso repetitivo do laxante .
Viver por mais tempo não necessariamente significa viver bem.
A relação com a qualidade de vida, neste processo de envelhecer, é um dos desafios no qual a nutrição pode dar grande contribuição.
Neste contexto, os efeitos da alimentação inadequada, tanto por excesso como por déficit de nutrientes, têm excessiva representação, o que reflete num quadro latente de má nutrição em maior ou menor grau.
A nutrição é um aspecto importante para manter o bom estado nutricional, devido as mudanças fisiológicas relacionadas com a idade e o desenvolvimento de doenças crônico degenerativas.
Mas as ações para manter um estado nutricional adequado devem ser iniciadas precocemente e mantidas ao longo da vida, como prevenção para riscos futuros.

Saudações à todos que passarem por esse Blog!
O Envelhecimento com qualidade de vida é uma das maiores conquistas na história do ser humano.
Hoje é comum encontrarmos pessoas com 70, 80 anos ativas, algumas ainda fazem questão absoluta de estar no mercado de trabalho. Algumas aposentam porém não se acomodam: criam, inventam o quê fazer!
E é comum também vermos pessoas alcançarem os 90 anos e, algumas ainda mais: alcançam 100 anos.
A segunda grande conquista é chegar a essas idades com autonomia, independência, lucidez e ainda praticando algo útil na sociedade.
Esse Blog foi criado com 2 objetivos principais:
1-Em homenagem aos meus alunos do Curso de Fonoaudiologia e Qualidade de Vida - Turma da 3a Idade (UNATI - UNESP/Assis) que têm sede de aprender cada vez mais e também aos meus alunos do curso de capacitação e formação de cuidadores.
2- Criar um canal aberto onde eu possa apresentar uma coletânea de diversos textos (autores diversos), artigos, notícias, pesquisas, curiosidades sobre esse assunto e que as pessoas que por aqui passarem, possam refletir, filosofar, expressar suas ideias e ampliar seus conhecimentos.
Durante todo o ano de 2008 e 1º Semestre de 2009 estabeleceu-se um vínculo crescente "recheado" de muito carinho, respeito, amizade e trocas de experiências.
A cada nova aula uma nova oportunidade de crescimento.
Crescimento em vários sentidos: emocional, cognitivo, social, intelectual... enfim... aquela troca de experiência com o grupo da 3a Idade (UNATI) não somente beneficiou aos alunos , mas sobretudo a mim, como pessoa e como profissional.
Eu via em cada aluno a sede de aprender, conhecer, saber cada vez mais!
Diferente do que observamos na maioria dos jovens, noto que as pessoas da 3a idade têm sede de VIVER!!! E viver com qualidade!!
Foi isso que procurei passar aos meus alunos: viver a vida de modo intenso...com prazer! Mas viver com qualidade!!!
Isso que pretendo deixar registrado nesse Blog: tudo que possa proporcionar uma maior qualidade de Vida!
Sejam todos muito bem vindos!
Recebam meu carinho:
Selene Lipe
Hoje é comum encontrarmos pessoas com 70, 80 anos ativas, algumas ainda fazem questão absoluta de estar no mercado de trabalho. Algumas aposentam porém não se acomodam: criam, inventam o quê fazer!
E é comum também vermos pessoas alcançarem os 90 anos e, algumas ainda mais: alcançam 100 anos.
A segunda grande conquista é chegar a essas idades com autonomia, independência, lucidez e ainda praticando algo útil na sociedade.
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A cada nova aula uma nova oportunidade de crescimento.
Crescimento em vários sentidos: emocional, cognitivo, social, intelectual... enfim... aquela troca de experiência com o grupo da 3a Idade (UNATI) não somente beneficiou aos alunos , mas sobretudo a mim, como pessoa e como profissional.
Eu via em cada aluno a sede de aprender, conhecer, saber cada vez mais!
Diferente do que observamos na maioria dos jovens, noto que as pessoas da 3a idade têm sede de VIVER!!! E viver com qualidade!!
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