Descubra como ter o máximo de relaxamento durante o sono.
Isso garante disposição física e uma boa dose de tranqüilidade para enfrentar o cotidiano.
Mas, se o fantasma da insônia ronda sua cama, não se desespere: há muitas maneiras de ter um descanso regenerador.
Poucas coisas na vida se comparam ao prazer de acordar depois de uma boa noite de sono. Disposição, vitalidade e bom humor são alguns dos presentes que ganhamos quando conseguimos dormir bem.
Além disso, é nesse período de "não fazer nada" que a memória se consolida, o sistema imunológico se fortalece, os hormônios são fabricados.
"O sono não serve apenas para descansar. É um processo ativo. Nosso organismo trabalha muito enquanto dormimos", afirma a médica Lia Rita Bittencourt, coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Mesmo assim, muita gente acha que dormir é perder tempo.
Afinal, passar um terço do dia descansando não combina com o pique urbano e o corre-corre de todo dia.
Quem faz isso é logo tachado de preguiçoso.
Porém ao roubar horas de sono sabotamos a qualidade de vida.
Basta uma noite em claro para desregular todo o organismo.
A cabeça dói, a concentração é lenta e difícil, a pele perde o viço.
Questão de saúde
O ritmo de vida atual, especialmente nas grandes cidades, faz com que as pessoas durmam menos que o necessário.
Até a invenção da luz elétrica, no final do século 19, o sol comandava o ciclo de sono.
O normal era deitar ao anoitecer e ficar mais de dez horas seguidas na cama.
"A luz artificial interferiu numa regra da natureza. A conseqüência: vivemos privados de sono", afirma Nuno Cobra, preparador físico e professor de qualidade de vida do curso de MBA da Universidade de São Paulo (USP).
Em seu livro A Semente da Vitória (ed. Senac), ele elege o sono como um dos três pilares da saúde perfeita, ao lado da boa alimentação e da atividade física.
Toque de recolher
Além de dormir bastante ou o mínimo de 8 horas seguidas , o ideal é ir para a cama cedo.
Nuno recomenda que ao cair da noite a mente vá se distanciando dos problemas e que a gente preste atenção nas tais solicitações do sono.
A primeira delas chega ao anoitecer.
A segunda, perto das 21 horas.
E o terceiro toque de recolher acontece por volta das 22 horas e, se possível, deve ser obedecido. "As solicitações seguintes vão ficando cada vez mais fracas, até que se perde o sono.
" Para quem quiser realmente antecipar a hora de deitar, recomenda-se desligar os fusíveis da casa. Experimente ficar no escuro, à luz de velas, longe do telefone. Aproveite para conversar com a família. O sono vai chegar de mansinho", afirma.
Quando o sono não vem
Luzes apagadas e silêncio são fundamentais para o repouso.
A melatonina, hormônio que induz ao sono, só faz efeito no escuro.
Mas nem todo mundo consegue dormir horas seguidas.
"São os chamados dormidores curtos", afirma a médica Lia Rita.
"Se a pessoa repousar cinco horas, acordar bem-disposta e não tiver sonolência durante o dia, não há problema."
Com o passar dos anos, o período de sono costuma diminuir.
A partir dos 40, mudanças hormonais fazem com que o organismo sinta menos necessidade de dormir.
Perto dos 65 anos, muitas pessoas passam a dormir no máximo quatro horas e se sentem bem.
Pior do que não dar a importância necessária ao sono, é não conseguir adormecer.
Quem sofre de insônia chega a ter medo da hora de colocar a cabeça no travesseiro.
"É terrível. Sinto sono, vou para a cama e, em vez de relaxar, fico agitada. Rememoro os compromissos do escritório, enquanto as páginas da agenda ficam dançando na minha imaginação. Quando adormeço, é quase hora de acordar", conta a advogada Andréia Santos, 32 anos, de São Paulo.
Ela já reparou que as crises de insônia coincidem com momentos tensos do trabalho e está aprendendo a não levar os problemas para o travesseiro. "Respiro fundo algumas vezes e leio um livro de meditação. Isso ajuda a distrair a mente", acredita.
Outra queixa comum entre os insones é a de adormecer logo, mas despertar em seguida.
"É desesperador. Rolo de um lado para outro. Levanto, tomo água. Volto para a cama. De manhã, estou péssima", diz a estudante de psicologia Francine Melo, 21 anos, de Sorocaba, São Paulo.
Mas por que tantas pessoas dormem mal?
"Na verdade, a insônia é apenas um sintoma e deve ser analisada sob três aspectos: físico, psicológico e social", afirma a médica Lia Rita.
De fato, as doenças podem afugentar o sono, porém o mais comum é que ansiedade e problemas familiares e de dinheiro sejam responsáveis pelas noites maldormidas.
Além de hábitos como ver TV no quarto ou fazer ginástica à noite.
A aromaterapeuta Anna Luiza Hastings, de São Paulo, defende que é preciso construir uma passagem entre a vigília e o sono.
"Certos rituais, como colocar um aroma agradável no quarto (pode ser um spray com óleo de camomila, na proporcão de cinco gotas para 100ml de água), tomar banho quente (com algumas gotas de óleo essencial de lavanda) ou fazer uma oração, ajudam a recuperar a calma que precede o estado de sono, aquele relaxamento prazeroso que vai chegando devagar e tomando conta do corpo todo", finaliza.
